Diagrama de Espaguete e seus benefícios na otimização de layouts
O diagrama de espaguete é uma das muitas ferramentas utilizadas dentro do Lean e ataca diretamente um dos 8 desperdícios que o pensamento enxuto busca eliminar dos processos, o desperdício de movimentação desnecessária.
Se quer conhecer mais sobre essa ferramenta e aprender como aplicar em sua empresa, leia esse artigo especial sobre o assunto.
O que é o diagrama de espaguete?
Como mencionamos na introdução do texto, o diagrama de espaguete é uma ferramenta do Lean Manufacturing que se assemelha muito a um prato de espaguete. Isso porque acaba se tornando um emaranhado de linhas que representam as movimentações, dentro de um ambiente, feitas pelos funcionários, que se deslocam para executar atividades presentes nos processos produtivos.

Como podemos ver na imagem acima, a ideia é representar o layout através de uma folha de papel, com os equipamentos, células e ambientes em geral alocados em seus respectivos locais e respeitando uma certa proporcionalidade e escala.
Dessa maneira, conseguimos representar o layout de trabalho e, através das linhas, demonstrar as movimentações dos diferentes profissionais que atuam nesse ambiente.
Qual o objetivo do diagrama de espaguete?
Como sabemos, em muitos processos, as pessoas precisam de deslocar muito atrás de documentos, ferramentas, informações, matérias-primas e até mesmo para ir ao banheiro ou se hidratar.
Esses deslocamentos, muitas vezes, são necessários (como por exemplo, para ir tomar água), porém, outras vezes, existem apenas por uma má configuração do ambiente, que faz com que esses grandes deslocamentos existam, e como preza o Lean Thinking, eles não agregam valor algum ao produto ou serviço.
Devemos sempre eliminar esses deslocamentos ou pelo menos reduzi-los ao máximo.
E para eliminar esses deslocamentos, precisamos, primeiro, saber que eles existem e identificá-los de maneira fácil e visual. Uma vez que temos uma ferramenta como o diagrama de espaguete, que demonstra visualmente esses deslocamentos, conseguimos otimizar os layouts, de modo que as pessoas se movimentem o mínimo possível, e, consequentemente, utilizem seu tempo para realizar atividades que, de fato, agregam valor.
Geralmente, quanto maior o número de linhas e mais confuso o diagrama mais movimentações temos. E isso é um indicador sobre o qual precisamos atuar no processo e propor melhorias.
Como mencionamos, o diagrama de espaguete é uma das muitas ferramentas utilizadas na filosofia Lean e pode (e deve) ser utilizado em conjunto com outras ferramentas, como por exemplo o mapeamento de fluxo de valor (VSM) na hora de mapear os processos atuais e propor estados futuros desejados; o SMED ou simplesmente “troca rápida de ferramentas”, já que muitos dos deslocamentos se originam dessa etapa; e também o conceito dos “5s”, que nos ajuda a criar um ambiente mais bem organizado, onde todas as peças e ferramentas que o operador mais utiliza ficam mais próximas do profissional, fazendo com que ele se movimente menos.
Todas essas ferramentas, aliadas aos conceitos do Lean, tendem a trazer resultados muito satisfatórios para as empresas que buscam criar processos mais enxutos e de resultados diferenciados.
Como fazer na prática um diagrama de espaguete?
Vamos agora te ensinar como colocar a mão na massa e criar um diagrama de espaguete:
1. Primeiramente, escolha o processo a ser analisado.
Escolha um processo que você e seu grupo entendam que tem muito desperdício de movimentação, pois terão mais possibilidades de agregar valor e obter bons resultados.
2. Criar layout em papel.
Depois que escolher o processo, você precisar criar o layout em papel do ambiente, respeitando suas características e escala aproximada, que de fato represente o local a ser analisado.
3. Desenhar os trajetos.
Agora, é hora de acompanhar o processo e desenhar os trajetos dos profissionais ou matérias-primas dentro desse espaço.
Utilize cores diferentes para diferentes profissionais. Meça as distâncias percorridas e os tempos médios que os profissionais levam para percorrer o espaço.
4. Agora, chegou a hora de analisar.
Veja quais movimentos são desnecessários ou muito longos. Busque por oportunidades que podem trazer uma menor movimentação para os colaboradores.
5. Por fim, devemos propor um novo layout otimizado.
Onde levamos em conta essas oportunidades e uma menor movimentação.
Caso necessário, faça pequenas mudanças em escala piloto para testar as ideias, antes de alterar todo o Layout. Crie um plano de ação para que as mudanças sejam feitas e os resultados controlados e verificados.
Diagrama de espaguete e a tecnologia
Apesar de simples, o processo com papel e caneta pode, às vezes, se tornar um pouco complexo devido à quantidade de pessoas ou ao tamanho do espaço a ser analisado. Em alguns casos, a tecnologia pode ser um forte aliado na hora de construir um bom diagrama de espaguete.
Ferramentas como o Visio e o AutoCad podem substituir as folhas de papel, trazendo layouts mais precisos e bem formatados. Além disso, acompanhar os profissionais e traçar suas rotas pode parecer muito trabalhoso, e caso disponha de alguns recursos, você pode utilizar softwares e GPS’s para acompanhar o trajeto das pessoas durante o dia de trabalho, sem que uma pessoa precise acompanhá-las durante esse período. Você pode usar um celular, relógio com GPS ou qualquer dispositivo que acompanha o funcionário e coleta dados precisos sobre sua movimentação.
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Pâmela Simionato
05/03/2022